Os produtos quimicos, o meio ambiente e o homem

Em “A Vida Secreta das Plantas” encontramos a seguinte historia:

No inicio do século XIX, um americano de origem inglesa chamado Nichols desmatou centenas de acres de uma terra rica e virgem na Carolina do Sul e aí plantou lavouras de algodão, tabaco e milho com tal sucesso que os lucros lhe permitiram construir um casarão e educar uma família numerosa. Nunca acrescentou nada ao solo. Quando este se esgotava e as lavouras minguavam, ele desmatava mais um pedaço de terra e prosseguia sua exploração. Depois de já nada haver por desmatar, a fortuna da família declinou.

O filho de Nichols, chegando à idade adulta, olhou a terra devastada e resolveu mudar-se para o Tennessee, a oeste, onde por sua vez desmatou 2000 acres de terra virgem; como o pai, plantou algodão, tabaco e milho. Seu próprio filho cresceu e, vendo também a terra devastada pela extração das coisas vivas e nenhuma devolução, mudou-se para Horse Creek, no condado de Marengo, Alabama, aí comprando outros 2000 acres de solo fértil e educando em seus domínios uma família de doze filhos; o lugarejo passou a se chamar Nicholsville e Nichols se tornou dono de uma serraria, um armazém e um moinho. Seu filho também cresceu para ver a devastação que fizera do pai um homem rico. Decidindo transferir-se ainda mais para o oeste, estabeleceu-se em Parkdale, no Arkansas, onde comprou 1000 acres de uma boa terra à beira-rio.

Quatro mudanças em quatro gerações. Aumentada em muito, essa é a historia de como os americanos plantaram comida num continente que se achava a seu inteiro dispor. O bisneto do primeiro Nichols, junto com milhares de outros fazendeiros, deu inicio a uma nova era. Após a Primeira Guerra Mundial, seguindo a política de fertilização artificial recomendada pelo governo, ele começou a tratar de sua terras, em vez de explorá-las. Por algum tempo, o algodão prosperou, mas em breve ficou claro que as pragas o infestavam mais do que antes. Quando o preço do algodão caiu no mercado, seu filho Joe resolveu que ia estudar medicina, e não ser fazendeiro.

Aos 37 anos, Joe Nichols, já um medico e cirurgião bem estabelecido em Atlanta, no Texas, sofreu um grave ataque cardíaco que por pouco não o matou. Muito alarmado, afastou-se varias semanas do trabalho para considerar sua situação. Tudo o que aprendera na faculdade, somado às opiniões de seus colegas, indicava que seu caso não era nada animador. Tentava se valer de pílulas de nitroglicerina: elas aliviavam suas dores no peito mas causavam, por outro lado, insuportáveis dores de cabeça. Sem nada melhor para passar o tempo, Nichols espiava os anúncios de uma revista agrícola quando deu por acaso com esta frase: “Quem se alimenta de produtos naturais cultivados em solo fértil não sofre do coração”.

“Pura vigarice, vigarice da grossa!” disse Nichols a propósito da revista , que outra não era senão Organic Gardening and Farming, editada por J.I.Rodale. “Ora essa, ele nem é medico!”.


Nichols se lembrava de que, no dia em que sofrera o ataque cardíaco, seu almoço constara de presunto, carne grelhada, vagem, pão francês e uma torta, o que considerava uma refeição saudável. Como medico, tinha recomendado dietas a centenas de pacientes.  Mas aquela frase da revista acabou por deixá-lo com a pulga atrás da orelha: o que era comida natural, o que era solo fértil?

Os funcionarios da biblioteca local foram prestimosos em fornecer a Nichols livros sobre nutrição. Consultou também a literatura medica, mas continuou sem saber o que constituía a alimentação natural.

“Eu tinha um diploma de medico”, diz Nichols, “uma inteligência razoável, uma boa bagagem de leitura e uma fazenda, mas não sabia o que era alimentação natural. Como muitos outros americanos que nunca se debruçaram sobre o assunto, achava que era uma mistura exótica de germes de trigo e melaço e tomada por vigaristas, novidadeiros ou doidos todos viciados em alimentação natural. A meu ver, era jogando produtos artificiais na terra que a gente a fertilizava”.


Atualmente, mais de 30 anos depois, a fazenda de Joe Nichols perto de Atlanta, no Texas, é um dos pontos de atração do Estado; e ele nunca mais teve outro ataque do coração. Deu-se conta de que por longo tempo vivera à base de uma comida “muito vagabunda”, produzida em terras envenenadas e diretamente responsável por seu grave ataque cardíaco. Os alimentos que comemos são digeridos e absorvidos pela corrente sanguínea, até o intestino. Os elementos nutritivos essenciais são levados às células de todo o corpo, onde o trabalho de manutenção é feito pelo metabolismo, o processo pelo qual a matéria estável não-viva é convertida num material vivo instável e complexo, ou protoplasma. A célula tem uma capacidade notável de regenerar-se, desde que receba os ingredientes adequados através de uma nutrição adequada; caso contrario, ela se atrofia e escapa ao controle.

Unidade básica da vida, onde o metabolismo se processa, a célula necessita de aminoácidos essenciais, vitaminas naturais, minerais orgânicos , ácidos graxos, carboidratos não refinados e vários outros fatores ainda desconhecidos, mas presumivelmente naturais.

Os minerais orgânicos e as vitaminas são encontrados em proporções equilibradas nos alimentos naturais. Ainda que em si mesmas não sejam nutrientes, as vitaminas são substancias das quais o corpo depende para fazer uso dos alimentos que ingere. Elas são parte de um todo inter-relacionado e extremamente complexo.

Ao se falar de “proporções equilibradas”, fica implícito que todos os nutrientes usados pelos tecidos devem ser simultaneamente fornecidos às células. Ademais, as vitaminas essenciais à boa nutrição e à saúde devem ser naturais. Há uma grande diferença entre vitaminas naturais e sintéticas – não uma diferença química, mas sim biológica. Há algo ausente, nos produtos artificiais, de valor indubitável para a manutenção da vida.

Dos alimentos processados por métodos modernos são arbitrariamente excluídas as vitaminas, as enzimas e os elementos vestigiais, sobretudo para garantir que eles se tornem mais duráveis. Como disse Nichols, “eles extraem a vida e a destroem, impedindo-a de perfazer seu ciclo normal”.

Entre os alimentos envenenadores, os principais indiciados que Nichols aponta são a farinha purificada de que é feito o pão francês, o açúcar e sal refinados e as gorduras hidrogenadas. Um dos gêneros de aparência mais inocente, as bolachas que normalmente acompanham a sopa, contem todos os elementos nocivos acima mencionados. ”É uma porcaria”, diz Nichols, “que leva diretamente aos distúrbios cardíacos”.

Piores Alimentos para a Saúde

Destacam-se entre os produtos que mais deterioram a saúde das pessoas os seguintes:

Trigo

Com a utilização de moinhos de cilindros de ferro a partir de 1880, que substituiu as mós de pedra, houve a separação da casca do germe do trigo, e com isto o trigo passou a se conservar por mais tempo. No chamado “pão branco enriquecido”, do qual estão ausentes as vitaminas e os minerais, resta apenas o amido bruto, cujo valor nutritivo é tão escasso que a maioria das bactérias não o come. Além disto, a modificação do trigo a partir de 1950 para a colheita mecânica em grandes plantações tornou o trigo mais “doce” do que o açúcar contribuindo para diversos distúrbios de saúde como obesidade, diabetes, hipertensão e problemas mentais. O livro Barriga de Trigo do dr William Davis relata em detalhes sobre os malefícios do trigo e outros cereais que contem glúten. Uma das propriedades do glúten é aumentar a permeabilidade intestinal permitindo que diversas toxinas acessem ao sangue e nos intoxiquem de forma generalizada, sendo uma das causas de doenças autoimunes.

Margarina, Açúcar refinado, xarope de milho, Sal de cozinha refinado, gorduras hidrogenadas e Arroz branco beneficiado

Esses são outros vilões de nossa saúde. Alimentos com alto índice glicêmico entram diretamente na corrente sanguínea, causando a hiperglicemia – ou excesso de glicose no sangue. Isso afoga em açúcar as células humanas.

O pâncreas, atendendo ao alarma, segrega insulina demais e produz um estado de hipoglicemia – ou escassez de glicose no sangue. Essa continua oscilação, é que leva à viciosa mas generalizada pausa para o café: inicia-se o dia com açúcar refinado no café e glicose nos cereais e enche o próprio sangue de açúcar, o que dispara uma reação pancreática.Entre 10 e 11 horas, a hipoglicemia ataca: então chupa uma bala, toma mais café adoçado ou uma bebida com açúcar.

O nível de açúcar eleva-se instantaneamente no sangue e de novo o pâncreas reage. Mas ao meio-dia, uma hora, já se sente outra vez mal e assim atravessa todo o resto do dia. Como efeitos colaterais, a hipoglicemia causa uma baixa resistência, tornando a pessoa uma presa fácil para doenças viróticas e bactérias, além de a deixar nervosa e reduzir sua agilidade mental.

O dr David Perlmutter, medico neurologista, autor dos livros A dieta da mente e Amigos da mente alerta para a influencia do microbioma humano nas doenças que afetam o cérebro. O microbioma é a população de bacterias que fazem parte da flora intestinal de animais e humanos.

Nossa dieta ocidental, pobre em fibras vegetais que servem de combustivel para as bacterias intestinais, resulta numa variedade menor de microbios e subprodutos beneficos à saude produzidos por essas bacterias ao metabolizar ou fermentar os alimentos. Estamos, em outras palavras, “matando de fome nosso eu microbiano”, o que pode ter consequencias dramaticas para a saude.

Funções basicas do Intestino

O revestimento do intestino, a maior superficie mucosa ( tipo de tecido que libera muco) , tem tres funções basicas:

  1. servir de veiculo ou mecanismo de obtenção de nutrientes dos alimentos ingeridos.
  2. bloquear a entrada na corrente sanguinea de particulas, substancias quimicas, bacterias e outros organismos potencialmente nocivos, que representem uma ameaça à sua saude.
  3. Conter substancias quimicas chamadas imunoglobulinas, que aderem às bacterias e às proteinas exogenas, evitando que estas adiram ao revestimento do intestino. Essas substancias são anticorpos liberados pelas celulas do sistema imunologico, do outro lado do revestimento intestinal, e transportados para dentro do intestino atraves da parede intestinal. Isso acaba por permitir que os organismos patogenicos e as proteinas se desloquem e sejam excretados.

O corpo emprega duas rotas de absorção de nutrientes do intestino. Pela rota transcelular, os nutrientes são transportados atraves das celulas epiteliais. Seu trato gastrointestinal, do esofago até o anus, é revestido por uma camada simples de celulas epiteliais. Essa camada epitelial representa uma interface crucial entre voce e seu meio ambiente.

Pela rota paracelular, eles passam entre as celulas epiteliais. A conexão entre as celulas, chamada de “junção de oclusão”, é algo complexo e altamente controlado. Quando discutimos questões de permeabilidade no intestino, ou o chamado “intestino permeavel”, estamos nos referindo a problemas de qualidade nessas junções de oclusão, que medem de 10 a 15 Angstroms.

Quando as junções não funcionam adequadamente, deixam de policiar apropriadamente aquilo que está autorizado a passar (os nutrientes) ou deve ficar do lado de fora( ameaças potenciais). Como guardas, essas junções determinam, em grande parte, o nivel pessoal de inflamação – o nivel basico que desencadeia processos inflamatorios em seu corpo num dado momento.

A glicose alta estimula inflamações na corrente sanguinea, já que o excesso de glicose pode ser toxico quando não é absorvido e utilizado pelas celulas. Ela também desencadeia uma reação chamada de “glicação” – o processo biologico pelo qual a glicose se conecta a proteinas e certas gorduras, resultando em moleculas deformadas, que não funcionam direito. Essas proteinas “açucaradas” recebem o nome tecnico de produtos finais de glicação avançada (AGES, na sigla em ingles). O corpo não reconhece os AGES como normais. Por isso, dá inicio a reações inflamatorias.

Os AGES são outra forma de estresse metabolico, que podem levar a condições como neuropatias perifericas ( fraqueza, dormencia e dor provocadas por danos aos nervos) e problemas nos vasos sanguineos e nas funções cerebrais

Já está bem documentado, que quando nossa barreira intestinal está comprometida, ficamos suscetiveis – devido ao aumento dos processos inflamatorios – a um leque de problemas de saude, entre eles artrite reumatoide, alergias alimentares, asma, eczemas, doença celiaca, sindrome do intestino irritavel, HIV, fibrose cistica, diabetes, autismo, Alzheimer e Parkinson.

A dimensão dos riscos relacionados a um intestino permeável começa a parecer cada vez mais monumental, pois novos estudos afirmam que os processos inflamatórios acarretados pela perda da integridade intestinal podem levar a cerebros permeaveis.

A barreira hematoencefalica protege o cerebro de contaminação por substancias nocivas. Só recentemente ficou claro que tal como certas substancias fazem com que o intestino seja permeavel, elas também fazem isto com o cerebro.

Ainda mais alarmante é a descoberta recente do dr Fasano de que não apenas a permeabilidade do intestino aumenta quando este é exposto à gliadina, uma proteina encontrada no gluten, como na verdade a barreira hematoencefalica também se torna mais permeavel em resposta à exposição à gliadina.

Portadores de diabetes tipo 2 sofrem desequilibrios bacterianos (disbioses) no intestino. Esses desequilibrios fazem com que careçam de importantes subprodutos da flora bacteriana, necessarios para manter a saude das celulas do sistema digestivo.

É tão forte a relação entre um controle deficiente de glicose no sangue e o Alzheimer que alguns pesquisadores passaram a chamar o Alzheimer de “diabetes tipo 3”.

Reflita sobre isso: alterações no seu ambiente intestinal podem solapar a capacidade do cérebro de se proteger contra invasores potencialmente toxicos.

Os níveis elevados de insulina ( em resposta a alimentos de alto indice glicemico) provocam sérios problemas de saúde. Alguns médicos os chamam de síndrome metabólica (ou sindrome X) que se caracteriza por:

  • Inflamação considerável das artérias, podendo causar ataque cardíaco ou AVC
  • Pressão sanguínea elevada (hipertensão)
  • Nível elevado de triglicerídeos – a outra gordura do sangue além do colesterol
  • Redução do colesterol HDL (benigno)
  • Aumento do colesterol LDL ( maligno)
  • Maior propensão a formar coágulos sanguíneos (tromboses)
  • Ganho de peso “descontrolado” – usualmente na zona media do corpo

Depois que os pacientes tem a síndrome X por vários anos (de 10 a 20 anos), as células beta do pâncreas simplesmente se desgastam e não conseguem mais produzir níveis tão altos de insulina. Se não ocorrer uma mudança no padrão alimentar e no estilo de vida, sobrevêm o diabetes melitus plenamente desenvolvido.

Alimentos ricos em fibras que proporcionam combustivel às bacterias do intestino, e pobres em açucares refinados ajudam uma mistura robusta de especies bacterianas, o que ajuda a manter a integridade da parede intestinal, controlar a glicose no sangue, reduzir os processos inflamatorios e produzir todas as substancias e moleculas importantes que são cruciais na saude e no funcionamento do cerebro.

 

  • Carne é a fonte de proteínas mais popular no mundo ocidental; mas atualmente ela provêm de um gado engordado à força com cereais híbridos de baixo teor protéico tratados por sua vez com inseticidas venenosos. Estes penetram na carne e conduzem diretamente aos distúrbios cardíacos. Alem disto hormônios são administrados para que engordem rapidamente, e que ao atingirem o corpo humano desregulam o sistema endócrino. Antibióticos dados ao gado também acabam atingindo os organismos dos que os comem, devastando sua flora intestinal.

Em Anti-Cancer, o dr David Servan-Schreiber mostra a correlação positiva entre o consumo de carne e a incidência de câncer a nível mundial. Também alerta para a mudança desde 1950 na forma de criação de animais, o que alterou a proporção entre os ácidos graxos Omega 3 e Omega 6, com um aumento da incidência deste ultimo. Os ácidos graxos Omega 6 disparam um processo inflamatório generalizado no corpo humano, que com o tempo esgota o sistema imunológico, acabando com as defesas naturais do corpo humano.

Algas, e vegetais contem muitas proteínas, sendo um mito ( sustentado por interesses políticos e econômicos, com muita propaganda) a necessidade do consumo de carne, leite e ovos para uma alimentação saudável.

Um argumento muito utilizado para fortalecer a necessidade do consumo de carne, é com relação a obtenção da vitamina B12, que não é comumente disponível nos vegetais ( mas alguns a contem). Já está estabelecido que níveis reduzidos de B12 são um elevado fator de risco de demência, para não falar de outros problemas neurológicos, como a depressão.A síntese de B12 no corpo ocorre primordialmente no intestino delgado, onde as bactérias intestinais a fabricam usando cobalto e outros nutrientes.

Este tema é amplo o suficiente para fazer escrever diversos livros, e gerar muita discussão e debate. Haja vista a pluralidade de dietas disponiveis no mercado.

Contudo a técnica desenvolvida por Bovis e Simoneton nos dão um meio seguro para determinar se o alimento é bom para sua saúde ou não. Se a radiação for abaixo de 6500 Angstrons certamente não é saudável.

Mas cuidado, pois cereais podem ter alta energia, porem devido a sua constituição causam males ao corpo como vimos acima. Através da radiestesia é possível determinar a compatibilidade dos alimentos para uma determinada pessoa.

Alimentação e Genetica

O Dr Sergio Augusto Teixeira e o dr Peter d’Adamo defendem a tese de que cada pessoa tem um tipo de dieta adequada a seu biotipo genético determinado pelo tipo sanguíneo.

No livro Cem Anos de Mentira,  Randall Fitzgerald, nos mostra desde 1900 a 2005 um retrato do uso de produtos químicos na agricultura, pecuária, industria alimentícia, industria farmacêutica e os impactos na saúde humana e animal.

Estamos inseridos em um ciclo onde os animais criados em cativeiro através dos hormônios que lhes são administrados e as mulheres através do uso de pílulas anticoncepcionais excretam dejetos com grande quantidade de hormônios femininos e que vão para a rede de esgoto. Este esgoto chega aos rios e estes chegam aos mares e oceanos.

Peixes hermafroditas começaram a surgir nos Grandes Lagos (fazendo com que as gaivotas que os comiam também gerassem filhotes hermafroditas) mais ou menos ao mesmo tempo que espécimes  feminilizados de vários animais da fauna selvagem apareceram no Lago Apopka, na Flórida, onde crocodilos machos nasceram sem pênis e tartarugas nasceram com características de ambos os sexos, simultaneamente. Mariscos hermafroditas apareceram ao longo de toda a costa da baía de Chesapeake, e uma elevada porcentagem de salmões selvagens no rio Columbia, no Estado de Washington, reverteram seu gênero transformando suas características sexuais de masculinas em femininas. Em 84% dos peixes analisados, os indivíduos cromossomicamente machos apresentavam aparelhos reprodutores femininos. Altas concentrações de substancias químicas que imitam o estrogênio ¬como impermeabilizantes e o pesticida Atrazine – foram detectadas na água do rio. •

Ao longo do rio Potomac, em Maryland, ao menos 60% dos peixes examinados por cientistas, em 2003 e 2004, haviam sofrido mutações – tornando-se hermafroditas, ou revertendo de machos para fêmeas -, com indivíduos nascidos machos produzindo ovos no interior de seus testículos. Numerosas drogas farmacêuticas, que passaram incólumes pelas estações de tratamento de água e esgoto, foram detectadas no rio. “Nós podemos estar vendo apenas a ponta do iceberg, em termos do impacto cumulativo disso tudo”, comentou Thomas Burke, presidente associado ao comitê de política para a saúde da Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Essas constatações tornaram-se particularmente alarmantes pelo fato de Washington D. C. – a capital do país – e outras cidades localizadas ao longo do Potomac retirarem seus suprimentos de água potável daquele rio.

Mutações similares têm surgido em todo o território dos Estados Unidos. Em testes realizados por biólogos da Baylor University em um riacho no Texas, foi constatado que indivíduos machos de uma espécie de pequenas carpas haviam sofrido mutações em razão da presença de medicamentos para o controle da natalidade, ali descartados por uma usina de tratamento de água. Quando o consumo nacional de Prozac duplicou, desde 2000, passando a ser consumido por 54 milhões de pessoas, mais da metade dos rios e córregos analisados pelo Serviço de Supervisão Geológica dos Estados Unidos mostraram que essa droga antidepressiva afetava o desenvolvimento e a reprodução  de moluscos, invertebrados e peixes,. A professora de saúde ambiental Marsha Black, Universidade da Geórgia, descobriu que o Prozac afeta a vida aquática nos rios dos Estados da Geórgia e Mississippi mesmo em concentrações extremamente baixas, como menos de uma parte por bilhão – o que equivale a uma aspirina em um tanque de 3.875 a milhões de litros de água. Quase metade dos peixes expostos  a ação dessas drogas morreram prematuramente, outros cresceram defeituosos ou sofreram mutações  e uma quantidade ainda maior agrupa-se em enormes cardumes totalmente confusos e desorientados, que nadam em círculos.

Os mesmos efeitos vem sendo encontrados nos seres humanos que comem os peixes.

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