Max Planck buscando resolver o problema da radiação dos corpos negros, propôs uma solução em 1901 utilizando para isso a hipótese de que a energia destes não tem um espectro continuo, mas pelo contrario é discreta, ou quantizada. Quantum (plural: quanta) é a palavra em Latim para quantidade e no entendimento moderno significa “ a menor unidade discreta possível de uma grandeza física tal como energia ou matéria”.
Einstein utilizou esta mesma hipótese para resolver o problema do efeito fotoelétrico em 1905. Mas vai mais além propondo que esta é na realidade a verdadeira natureza da luz. A essa quantidade discreta de luz chama-se quantum de luz ou fóton.
Há mais de um século o mundo mecanicista e previsível de Isaac Newton entrou em apuros. Com a desintegração do átomo e com a fissão do núcleo atômico no inicio do século 20, o que se fragmentou foi mais do que uma entidade física. O próprio fundamento da ciência natural foi abalado: os experimentos realizados pela física do inicio do século 20 demoliram a visão predominante, segundo a qual toda a realidade é construída com blocos que não são divisíveis.
A própria noção de “matéria” tornou-se problemática. As partículas subatômicas que emergiram quando os átomos e os núcleos atômicos sofreram fissão não se comportavam como sólidos convencionais: eles apresentavam uma interconexão misteriosa conhecida como “não-localidade”, e uma natureza dupla que consistia em propriedades semelhantes às de ondas e também semelhantes às dos corpúsculos/ partículas.
Os físicos observaram que as partículas que formam o aspecto manifesto da realidade são ondas; mais exatamente ondas estacionarias. Elas são descritas na física quântica por meio de funções de onda. Toda a ordem visível no universo é determinada pelas regras que governam a interferência dessas ondas.
Os padrões de interferência possíveis entre as ondas estacionarias que nós conhecemos como átomos determinam que tipos de moléculas os átomos podem formar e, portanto, que tipos de sistemas químicos podem ocorrer. O padrão de interferência das moléculas determina, por sua vez, os tipos possíveis de interações intermoleculares, inclusive as complexas interações que formam a base da vida.
Em 1920 Einstein e Bose ( físico indiano) desenvolveram uma teoria sobre a condensação de matéria a partir da energia existente no espaço em que vivemos.
Apenas em 1995 foi possível comprovar experimentalmente esta teoria.
O Condensado Bose- Einstein nos traz uma nova realidade sobre a matéria, pois a partir da condensação da energia contida em uma porção de “nada” obtém-se matéria.
Utilizando as descobertas das teorias das partículas e dos campos atualmente desenvolvidas na linha de frente da física, podemos identificar o fundamento que gera todas as coisas sem ser ele mesmo gerado por outras coisas. Esse fundamento é o mar de energia virtual conhecido como vácuo quântico, conceito que será aprofundado adiante.
Podemos contar com um grande repertorio de regras – as leis da natureza – que nos dizem como os elementos básicos da realidade – as partículas conhecidas como quanta – evoluem em coisas complexas em interação com seu fundamento cósmico.
Emulando a natureza, temos no século 21, uma realidade virtual onde toda a nossa tecnologia de computadores está baseada em um sistema binário onde o elemento básico é o bit que pode ser 0 ( desligado) e 1 (ligado). Ordenado em Bytes o conjunto binário básico gera informação.
Atualmente com a Internet e o conceito de “nuvem” (cloud), temos um claro exemplo de que um conjunto finito, e surpreendentemente simples, de elementos básicos, governados por um pequeno conjunto de algoritmos, pode gerar uma complexidade de grandes proporções, e aparentemente incompreensível, bastando para isso permitir que o processo se desdobre com o tempo.
A fim de responder pela presença de um numero significativo de partículas no universo e pela evolução progressiva das coisas existentes, mesmo que essa evolução não tenha sido, de modo algum, uniforme e linear, precisamos reconhecer a presença de um fator que não é matéria nem energia. A importância desse fator é agora reconhecida não apenas nas ciências humanas e sociais, mas também nas ciências físicas e nas ciências da vida. Este fator é a informação – a informação como um fator real e efetivo que estabeleceu os parâmetros do universo em seu nascimento e, portanto, governou a evolução dos seus elementos básicos em sistemas complexos.
Para a maioria de nós, informações são dados ou são coisas que uma pessoa conhece. Mas o alcance da informação é mais profundo do que isso. Os cientistas que estudam a realidade física e a vida estão descobrindo que a informação se estende muito além da mente de uma pessoa individual, ou até mesmo de todas as pessoas consideradas em seu conjunto. Ela é um aspecto inerente à natureza física e à natureza biologica.
O fisico David Bohm a chamou de “in-formação”, significando com isso um processo que, efetivamente, “forma” o recipiente.
A in-formação não é um artefato humano, não é algo que produzimos escrevendo, calculando, falando e enviando mensagens. Como antigos sábios já conheciam, e os cientistas estão hoje redescobrindo, a in-formação está presente no mundo independentemente da volição/decisão e da ação humanas, e é um fator decisivo na evolução das coisas que suprem o mundo real (perceptivel aos sentidos humanos).
Há exigências restritivas num paradigma cientifico. Uma teoria nele baseada precisa permitir aos cientistas explicar todas as descobertas que a teoria anterior abrange e também precisa explicar as observações anômalas. Ele precisa integrar todos os fatos importantes em um conceito mais simples e, no entanto, mais abrangente e poderoso.
Num tempo surpreendentemente curto, a maior parte da comunidade dos físicos abandonou a física clássica fundada por Newton e em seu lugar abraçou o conceito revolucionário de Einstein.
Na primeira década do século 20, a ciência passou por uma “mudança de paradigma” fundamental. Agora, nas primeiras décadas do século 21, os quebra-cabeças e anomalias estão se acumulando novamente e a comunidade cientifica se defronta com outra mudança de paradigma, tão fundamental quanto a revolução que mudou a ciência do mundo mecanicista de Newton para o universo relativista de Einstein.
Numa extraordinária variedade de disciplinas cientificas, é exatamente isso o que atualmente está ocorrendo. Um numero cada vez maior de fenômenos anômalos – que fogem as regras normais – está vindo à luz na cosmologia física, na física quântica, na biologia evolutiva e na biologia quântica, e no novo campo das pesquisas sobre a consciência. Eles criam incertezas crescentes e induzem os cientistas de mente aberta a olhar para além das fronteiras das teorias estabelecidas. Enquanto os investigadores conservadores insistem na suposição de que as únicas idéias que podem ser consideradas cientificas são aquelas publicadas em periódicos científicos estabelecidos e reproduzidas em manuais-padrão, os pesquisadores de vanguarda procuram conceitos fundamentalmente novos, inclusive alguns que foram considerados inaceitáveis pelas suas disciplinas há apenas alguns anos. Leve-se em consideração também que as instituições cientificas são muitas vezes auxiliadas por corporações que poderiam ter seus lucros afetados por essas mudanças de paradigma, e não tem interesse em que determinadas pesquisas sigam em frente. Muitos pesquisadores de vanguarda ao longo da historia foram desacreditados, ou boicotados para que o sistema político- econômico estabelecido não fosse mudado. A Internet trouxe a liberdade da informação, permitindo que estes conhecimentos pudessem ser de domínio publico.
Em um numero cada vez maior de disciplinas o mundo está se tornando progressivamente mais fabuloso. Ele é suprido com matéria escura, energia escura e espaços multidimensionais na cosmologia, com partículas que se encontram instantaneamente conectadas ao longo de todo o espaço-tempo em níveis mais profundos da realidade na física quântica, com matéria viva que exibe coerência dos quanta na biologia, e com conexões transpessoais independentes do espaço e do tempo nas pesquisas sobre a consciência.