As evidencias de um campo que conservaria e transmitiria informações não são claras; elas precisam ser reconstruídas com referencia a evidencias mais imediatamente disponíveis. Assim como acontece com outros campos conhecidos da física moderna, como, por exemplo, o campo gravitacional, o campo eletromagnético, os campos quânticos e o campo de Higgs, o campo da in-formação não pode ser visto, ouvido, tocado, saboreado ou cheirado. Entretanto, esse campo produz efeitos, e esses efeitos podem ser percebidos.
O conceito de um campo de in-formação é novo para a ciência, mas está em concordância com sua historia. Na historia da ciência moderna, a idéia segundo a qual coisas e eventos poderiam afetar uns aos outros sem que estejam ligados por algum meio fisicamente real sempre foi rejeitada.
Michael Faraday, por volta de 1821, por exemplo, propôs que os fenômenos elétricos e magnéticos estão ligados por um campo elétrico e por um campo magnético – e que esses dois campos são, na verdade, um único campo: o campo eletromagnético. O campo eletromagnético de Faraday foi considerado como um campo local, associado com os objetos dados. James Clark Maxwell em 1873 propôs que o campo eletromagnético não é local, mas universal: ele está presente em toda a parte. As modificações do campo EM viajam através do espaço na velocidade da luz. Um campo elétrico variável produz mudanças no campo magnético, e esse, por sua vez, produz mudanças no campo elétrico.
O campo eletromagnético universal foi uma idéia revolucionaria, pois significou o abandono da noção de espaço vazio como um mero veiculo para transmitir as forças envolvidas na interação das partículas. O espaço foi mais uma vez concebido como um campo universal continuo através do qual os efeitos elétrico e magnético são transmitidos entre partículas, quer estejam contiguas ou afastadas umas das outras no espaço.
A explicação da atração mutua entre objetos massivos tem uma historia semelhante. Na teoria da gravitação de Newton, ela é um fenômeno local, uma propriedade intrínseca dos objetos com massa. Em sua teoria geral da relatividade, Einstein removeu a força gravitacional dos objetos individuais e a atribuiu ao próprio espaço-tempo: a gravitação foi a partir daí considerada um campo universal.
Outro campo universal ingressou recentemente na visão de mundo da fisica: o campo de Higgs. À semelhança da gravitação, o campo de Higgs também está relacionado com a massa, mas não com a propriedade dos objetos massivos: esse campo deverá responder pela propria existencia da massa.
A historia do conceito de campo demonstra que quando ocorrem fenomenos que exigem uma explicação fisica, os cientistas tentam, em primeiro lugar, obter uma explicação especificamente relacionada com as entidades que manifestam os fenomenos. À medida que as teorias tomam forma e se desenvolvem, os conceitos explicativos tendem a se tornar mais gerais. Desse modo, o que foi inicialmente considerado como um campo de força local passou mais tarde a ser entendido como um campo universal, presente em todos os pontos do espaço e do tempo.
Chegou a hora de acrescentar outro campo ao repertorio dos outros campos universais da ciência. É um campo diferente, cujos efeitos nós conhecemos, mas para o qual ainda não dispomos de uma descrição matemática. No entanto, é claro que esse campo existe, pois ele produz efeitos reais. É preciso reconhecer que um campo universal de in-formação transmite o efeito que nós descrevemos como “coerência não-local” através de todos os muitos domínios da natureza.
Nas culturas sânscrita e indiana, Akasha é um meio que abrange tudo, forma a base de todas as coisas e se torna todas as coisas. Ele é um meio real, mas tão sutil que não pode ser percebido ate se transformar nas muitas coisas que povoam o mundo manifesto. Nossos sentidos físicos não registram Akasha, mas podemos alcançá-lo por meio da pratica espiritual. Os antigos rishis ( videntes hindus da verdade espiritual, aos quais o conhecimento dos Vedas foi revelado) o alcançavam graças a um modo de vida espiritual e disciplinado, e por meio do yoga. Eles descreveram suas experiências e adotaram Akasha como um elemento essencial da filosofia e da mitologia da Índia.
A soma total de todas as forças do universo, mentais ou fisicas, quando são dissolvidas remontando ao seu estado original, é chamada de Prana.
Nikola Tesla, genio independente e revolucionario – ele desenvolveu toda a tecnologia de corrente alternada que suplantou a tecnologia de corrente continua que Thomas A. Edison detinha – adotou essa visão no contexto da ciencia moderna. Ele falou de um “meio original” que preenche o espaço e o comparou a Akasha, o éter portador de luz. Em um artigo não publicado de 1907 “Man’s Great Achievement ( A Maior Realização do Homem), ele escreveu que esse meio original, uma especie de campo de força, se torna materia quando Prana, a energia cosmica, atua sobre ele, e quando essa ação termina, a materia desaparece e retorna a Akasha. Uma vez que esse meio preenche todo o espaço, tudo o que ocorre no espaço pode ser atribuido a ele.
Ervin Laszlo chama o campo de in-formação de Campo Akashico, ou resumidamente de Campo A, em seu livro A Ciência e o Campo Akashico
No século 20, Akasha foi brilhantemente descrito pelo grande yogue indiano Swami Vivekananda:
De acordo com os filósofos da Índia, todo o universo é composto de dois materiais, um dos quais eles chamam de Akasha. Ele é a existência onipresente, que em tudo penetra e tudo permeia. Todas as coisas que tem forma, todas as coisas que resultam de combinação, evoluíram desse Akasha. É o Akasha que se torna o ar, que se torna os líquidos, que se torna os sólidos, é o Akasha que se torna o Sol, a Terra, a Lua, as estrelas, os cometas; é o Akasha que se torna o corpo humano, o corpo animal, as plantas, cada forma que vemos, tudo o que pode ser sentido, tudo o que existe. Ele não pode ser percebido; é tão sutil que está além de toda percepção ordinária; ele só pode ser visto quando se tornou espesso, quando tomou forma. No principio da criação, há somente esse Akasha. No final do ciclo, o solido, os líquidos e os gases fundem-se todos novamente em Akasha, e a criação seguinte procede, de maneira semelhante, desse Akasha.
Para Tesla, a idéia de espaço curvo – desenvolvida na época por Einstein – não era a resposta. No entanto, a maioria dos físicos adotou o espaço-tempo curvo quadridimensional de Einstein, matematicamente elaborado, e recusou levar em consideração o conceito de um meio, ou campo de força, que preenche o espaço. A idéia de Tesla caiu no esquecimento. Hoje, cem anos depois, ela está sendo resgatada. Hoje, os cientistas estão reconhecendo que o espaço não é vazio, e que aquilo que é chamado de vácuo quântico é, na verdade, um plenum cósmico. É um meio fundamental que evoca o antigo conceito de Akasha.
Edgard Cayce foi um místico americano que tinha a faculdade de acessar os registros akashicos. Suas leituras foram catalogadas pela ARE – Association for Research and Enlighttenment, Inc. Esta associação se juntou ao Heartmatt Institute e a partir de seus estudos foi publicado o livro O Coração Inteligente.