William Engdahl, autor de Seeds of Destruction, the Hidden Agenda of Genetic Manipulation colocou um breve relato sobre seu livro na Internet . www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/01/410050.shtml onde pode-se acessar o artigo ” Bill Gates, Rockefeller e os gigantes dos OGM conhecem algo que não sabemos” onde pode-se ler o seguinte:
Nota: OGM = Organismos Geneticamente Modificados
“Financiado por generosas doações para estudos das Fundações Rockefeller e Ford, o CGIAR – Consultative Group on International Agriculture Research [Grupo Consultivo para Investigação Agrícola Internacional] providenciou para que os principais cientistas da agricultura e agrônomos do Terceiro Mundo passassem a ‘dominar’ os conceitos do moderno agribusiness de modo a poderem levá-los para os seus países. Neste processo criou uma valiosa rede de influências para a promoção do agribusiness americano nesses países, muito em especial para a promoção da ‘Revolução Genética’ OGM nos países em desenvolvimento, tudo isto em nome da ciência e da eficácia, do mercado livre e da agricultura.
‘O Projeto’ a que me referi acima é um projeto da Fundação Rockefeller e de poderosos interesses financeiros desde os anos 20 para utilizar a eugenia, posteriormente rebatizada de genética, para justificar a criação de uma Raça Dominante geneticamente manipulada. Hitler e os nazis chamaram-lhe a Raça Dominante Ariana.
Foi esta mesma Fundação Rockefeller quem criou a disciplina pseudo-científica da biologia molecular no seu objetivo incansável de reduzir a vida humana a uma ‘sequência genética definidora’ que, segundo esperava, poderia depois ser modificada de modo a alterar os traços humanos a bel-prazer. Os cientistas de eugenia de Hitler (muitos dos quais foram discretamente levados para os Estados Unidos depois da Guerra para continuarem as suas investigações em eugenia biológica) contribuíram em muito para o trabalho básico da engenharia genética de diversas formas de vida, grande parte do qual foi apoiado abertamente até ao Terceiro Reich pelas generosas contribuições da Fundação Rockefeller.
Foi a mesma Fundação Rockefeller quem criou a chamada Revolução Verde, na seqüência de uma viagem ao México em 1946, de Nelson Rockefeller e de Henry Wallace, ex-secretário da Agricultura do Novo Acordo e fundador da Hi-Bred Seed Company.
A Revolução Verde propunha-se resolver o problema mundial da fome, um problema importante no México, na Índia e noutros países escolhidos onde Rockfeller atuava. O agrônomo da Fundação Rockefeller, Norman Borlaug, ganhou o Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho, uma coisa de que não pode orgulhar-se muito, dado que o partilhou com Henry Kissinger.
Na realidade, como anos depois se veio a verificar, a Revolução Verde foi um brilhante esquema da família Rockfeller para montar um agribusiness globalizado que depois pudesse vir a monopolizar, tal como já tinha feito na indústria petrolífera mundial meio século antes. Como Henry Kissinger declarou nos anos 70, ‘se controlarmos o petróleo, controlamos o mundo; se controlarmos os alimentos, controlamos a população’.
O agribusiness e a Revolução Verde de Rockfeller andaram de mãos dadas. Fizeram parte de uma grande estratégia em que a Fundação Rockfeller alguns anos depois veio a financiar a investigação da engenharia genética de plantas e animais.
John H. Davis foi secretário assistente da Agricultura no tempo do Presidente Dwight Eisenhower no início dos anos 50. Saiu de Washington em 1955 e foi para a Escola Superior de Negócios de Harvard, um local pouco comum para um especialista em agricultura naquela época. Em 1956, Davis escreveu um artigo na Harvard Business Review em que afirmava que “a única forma de resolver o chamado problema agrícola duma vez por todas, e evitar programas governamentais enfadonhos, é evoluir da agricultura para o agribusiness “. Sabia muito bem o que pretendia, embora pouca gente na altura pensasse nisso ; uma revolução na produção agrícola que concentrasse o controle da cadeia alimentar nas mãos das multinacionais, fora do cultivo familiar tradicional.
Um aspecto crucial que motivava o interesse da Fundação Rockfeller e das empresas americanas de agribusiness era o fato da Revolução Verde se basear na proliferação de novas sementes híbridas nos mercados em desenvolvimento. Um aspecto vital das sementes híbridas era a sua falta de capacidade reprodutiva. Os híbridos tinham incorporada uma proteção contra a multiplicação. Ao contrário das espécies normais polinizadas a céu aberto cujas sementes dão colheitas semelhantes às plantas suas produtoras, a produção de sementes nascidas das plantas híbridas era significativamente mais baixa do que as da primeira geração.
Esta característica de produção decrescente dos híbridos obrigou os agricultores a comprarem sementes todos os anos para poderem obter colheitas altas. Mais ainda, a produção inferior na segunda geração eliminou o comércio de sementes que era feito quase sempre por produtores de sementes sem a autorização do criador. Evitava-se assim a redistribuição das sementes dos cereais comerciais feita por intermediários. Se as grandes empresas multinacionais de sementes pudessem controlar internamente as linhagens das sementes parentais, nenhum concorrente ou agricultor conseguiria produzir o híbrido. A concentração global das patentes de sementes híbridas num punhado de gigantescas companhias de sementes, lideradas pela Pioneer Hi-Bred da DuPont e pela Dekalb da Monsanto estabeleceu a base para a posterior revolução das sementes OGM.
Monsanto
A Monsanto é uma indústria multinacional de agricultura e biotecnologia. É a líder mundial na produção do herbicida glifosato, vendido sob a marca Roundup. Também é, de longe, o produtor líder de sementes geneticamente modificadas (os transgênicos), respondendo por 70% a 100% do market share para variadas culturas.
A Agracetus, empresa do grupo Monsanto, produz toda a soja geneticamente modificada para o mercado comercial, sob a marca Roundup Ready. A empresa tem mais de 15 mil empregados no mundo, e uma receita anual de US$ 5,4 bilhões de dólares, reportados em Agosto de 2004.
No Brasil, sua sede está instalada na cidade de São Paulo, e compreende também a indústria de sementes Agroceres.
Seus produtos, e suas agressivas práticas legais e de lobby têm feito a Monsanto ser um alvo primário do movimento antiglobalização, e de ativistas ambientais. Embora outras empresas químicas e de biotecnologia também sofram críticas similares, a Monsanto é de longe a mais vilificada por organizações como o Greenpeace.
História
A Monsanto foi fundada em St. Louis, Missouri, Estados Unidos em 1901. Seu fundador, John Francis Queeny, era um funcionário veterano da indústria farmacêutica, e fundou a companhia com capital próprio. Deu à companhia o nome de solteira de sua esposa.Logo nos seus primeiros anos, a Monsanto inventou o adoçante artifical sacarina (proibido no Canadá desde 1977), que vendeu para a Coca-Cola. Também introduziu a cafeína na Coca-Cola, tornando-se um de seus principais fornecedores.
Na década de 1920, a Monsanto expandiu seus negócios para a química industrial, como ácido sulfúrico. Na década de 1940, já era líder na fabricação de plásticos, incluindo poliestireno e fibras sintéticas. Desde então, consolidou-se como uma das 10 maiores companhias químicas dos EUA.
Outros produtos já fabricados por ela incluem o agente laranja, aspartame (NutraSweet), somatotropina bovina (hormônio de crescimento bovino), o produto químico PCB (conhecido no Brasil como Ascarel uma substância extremamente tóxica, que foi proibida em 1971 nos EUA e em 1981 no Brasil ), entre outros.
O Mundo Segundo A Monsanto – Completo e Dublado Português
https://www.youtube.com/watch?v=sWxTrKlCMnk
Com efeito, a introdução da moderna tecnologia agrícola americana, dos fertilizantes químicos e das sementes híbridas comerciais, tudo isso tornou os agricultores locais dos países em desenvolvimento, em especial aqueles que tinham terras maiores, dependentes dos abastecimentos das companhias estrangeiras de agribusiness e de petroquímicos, na sua maioria americanas. Foi o primeiro passo do que viria a ser um processo cuidadosamente planejado e que iria durar décadas.
Com a Revolução Verde o agribusiness veio a invadir significativamente mercados que anteriormente eram pouco acessíveis aos exportadores americanos. Esta tendência foi posteriormente rotulada de “agricultura orientada pelo mercado”. Na realidade, tratou-se de uma agricultura controlada pelo agribusiness.
Durante a Revolução Verde, a Fundação Rockfeller e mais tarde a Fundação Ford trabalharam de braço dado modelando e apoiando as metas políticas estrangeiras da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e da CIA.
Um dos principais efeitos da Revolução Verde foi despovoar as terras de camponeses que foram forçados a emigrar para bairros periféricos em volta das cidades numa procura desesperada de trabalho. Não aconteceu por acaso, fazia parte do plano para criar bolsões de mão-de-obra barata para as manufaturas multinacionais americanas, a ‘globalização’ dos últimos anos.
Veja o vídeo a Historia das Coisas em http://sununga.com.br/HDC/index.php?topico=download
Quando a auto-promoção em torno da Revolução Verde esmoreceu, os resultados eram muito diferentes do que havia sido prometido. Tinham surgido problemas com o uso indiscriminado dos novos pesticidas químicos, muitas vezes com graves conseqüências para a saúde. O cultivo de monocultura das novas variedades de sementes híbridas reduziu a fertilidade do solo e das produções com o passar do tempo. Os primeiros resultados foram impressionantes: colheitas duplas ou triplas para alguns cereais como o trigo e mais tarde o milho, no México. Mas isso depressa passou à História.
A Revolução Verde foi normalmente acompanhada de grandes projetos de irrigação que incluíam quase sempre empréstimos do Banco Mundial para construção de enormes barragens novas, que inundavam áreas previamente escolhidas e terra arável fértil. O super-trigo também produzia maiores colheitas através da saturação do solo com enormes quantidades de fertilizantes por hectare, sendo que os fertilizantes eram produtos derivados de nitratos e do petróleo, controlados pelas principais companhias petrolíferas conhecidas como as Sete Irmãs, dominadas pelos Rockfeller.
Também se utilizaram enormes quantidades de herbicidas e pesticidas, criando mercados adicionais para os gigantes do petróleo e dos químicos. Os países em desenvolvimento não tinham capacidade para pagar as enormes quantidades de fertilizantes e pesticidas químicos. Conseguiam o favor do crédito do Banco Mundial e de empréstimos especiais do Chase Bank e de outros grandes bancos de Nova Iorque, escudados por garantias do governo americano. Aplicados num grande número de países em desenvolvimento, esses empréstimos foram sobretudo para os grandes proprietários rurais. Quanto aos agricultores menores a situação foi diferente: eles não podiam pagar os produtos químicos e outros produtos modernos e tinham que pedir dinheiro emprestado. A princípio, diversos programas governamentais tentaram providenciar alguns empréstimos aos agricultores para que eles pudessem comprar sementes e fertilizantes. Os agricultores que não conseguiam participar neste gênero de programas tinham que pedir emprestado ao setor privado. Dadas as exorbitantes taxas de juro dos empréstimos informais, muitos pequenos agricultores nem sequer aproveitaram os benefícios das colheitas iniciais mais altas. Depois da colheita, tinham que vender a maioria ou mesmo todo o cereal para satisfazer os empréstimos e os juros. Ficaram dependentes dos usurários e dos comerciantes e muitas vezes perderam as suas terras. Mesmo com os empréstimos a juros baixos das organizações governamentais, o cultivo dos cereais de subsistência deu lugar à produção de colheitas de dinheiro.